sexta-feira, 27 de junho de 2014

Vigilante 8 - Análise


Produtora: Luxoflux
Distribuídora: Activision

Lançamento:
EUA: 31 de Maio de 1998
Europa: 26 de Junho 1998
Japão: 12 de Novembro 1998

Gênero: Corrida / Combate Veicular
Número de jogadores: 1~4 (de um a quatro)
Plataformas: Playstaion, Nintendo 64 e GameBoy Color

Fully Loaded Fully Loco

   Todos semi-anciões que nasceram na década de 80 certamente frequentaram, ou ao menos ouviram falar das famosas locadoras de vídeogame, lugar onde você podia tanto alugar jogos [ahh vá] como também pagar para jogar durante algum tempo, podendo levar um amigo para jogar como player 2 e dividir a conta. Algo parecido com o que hoje são as Lan Houses. Nessa época os jogos que possuíam um modo pra "jogar de dois" eram os que mais estavam presentes nas telas das TV's, não só pela diversão mútua como também pela conveniência de dividir a conta, como citado acima.
   Quando o Playstation estava em seu auge o que mais se via nas telinhas das locadores eram jogos de futebol [Winning Eleven e FIFA], luta [Street Fighter e Mortal Kombat] e corrida [Need for Speed e Gran Turismo], com raras exceções. Porém em meados de 1998 isso estava para mudar!


   Em uma época em que os estúdios contavam com uma equipe de vinte a trinta pessoas, cinco destemidos amigos colocaram uma ideia na cabeça e resolveram fundar o Luxoflux, estúdio responsável pelo desenvolvimento de um divertido jogo de combate veicular, que iria concorrer com nomes como Carmageddon e Twisted Metal, intitulado Vigilante 8.
   Vigilante 8 usou a mesma fórmula de seus concorrentes: elaborar uma série de mapas criativos e neles jogar uma dúzia de veículos super-armados para se digladiarem até que só sobrem pedaços de lata. Se na teoria a ideia parece divertida, na prática era mais divertida ainda!
   Mesmo sendo um jogo que foca a jogabilidade e o multiplayer, Vigilante 8 tem uma história um tanto quanto peculiar: Na década de 70 o mundo passou por uma gigantesca crise de petróleo e os Estados Unidos estavam a beira de um colapso. Devido ao forte golpe na economia a população passou a reagir e greves, manifestações, crises e atos de vandalismo começaram a virar rotina nas grandes metrópoles [parece familiar?]. Todos os policiais do país receberam ordens para dirigirem-se até as metrópoles, com o intuito de amenizar o caos que os civis estavam causando, deixando assim todas as pequenas cidades vulneráveis a qualquer tipo de crime.


   No meio de toda essa confusão, entra em cena uma cooperativa multinacional nomeada O.M.A.R. (Oil Monopoly Alliance Regime), que tem com objetivo monopolizar todo o comércio do petróleo mundial. Uma das grandes pedras no caminho da O.M.A.R. eram os Estados Unidos, e para neutralizar esse problema a companhia contratou um terrorista profissional chamado Sid Burn, para que o mesmo desse o empurrão que faltava para que a economia dos americanos caísse ladeira a baixo.
   Sid se juntou com mais cinco pessoas e formou um grupo chamado Coyotes. Os principais alvos do grupo terrorista eram refinarias de petróleo e instalações comerciais de pequenas cidades, que não contavam com a força policial, que por sua vez se concentrava nas metrópoles. Esses ataques começaram a causar o descontentamento dos civis, que revoltados com a ausência da polícia, passaram a fazer justiça com as próprias mãos [ainda familiar?]. Liderados pelo caminhoneiro Convoy, o grupo[também de seis pessoas] se denominava Vigilantes, e tinha como objetivo acabar com Sid e os Coyotes.


   Enquanto isso os Estados Unidos, temendo um ataque terrorista de grandes proporções, passou a investir o pouco que lhe restava [que não era tão pouco assim] em pesquisa de arsenal militar. Começaram a correr rumores pelo país de que o governo escondia armamento avançado, supostamente constuído por tecnologia extra-terrestre, em um lugar conhecido como Sítio 4. Não demorou para essa informação chegar até Sid, fazendo com que o mesmo se deslocasse, juntamente com os Coyotes, até o suposto esconderijo. Porém o que eles não esperavam era que os Vigilantes também iriam até lá para tentar impedí-los de tomar posse dessas poderosas armas. O que era rumor fora confirmado: o esconderijo continha um armamento inimaginável que agora se encontrava metade sob posse dos Coyotes e metade sob posse dos Vigilantes. Uma grande batalha entre os grupos esta para começar, e é aí que o jogador entra em cena!


   A mecânica do jogo funciona bem ao estilo dos jogos de luta, o jogador pode optar tanto pelo modo história como também pelo modo versus. No modo história o jogador seleciona um dos doze pilotos, passando por uma bateria de fases até chegar ao final. Apesar da história ser a mesma, cada um dos pilotos possui um final diferente e conforme o jogador vai terminando o jogo com cada piloto fases extras são desbloqueadas. Ao terminar o jogo com todos os pilotos um personagem secreto é desbloqueado, chamado Y The Alien, o personagem é um extraterreste e pilota um OVNI prateado [bem apelão].
   Todavia o destaque do jogo fica por conta do modo versus, que pode ser jogado em até quatro pessoas, onde cada um escolhe um piloto e sai para luta contra os amigos e também contra pilotos controlados pelo computador, fazendo das fases uma grande arena de destruição.
   Todo veículo é equipado com uma metralhadora simples, o jogador também pode equipar três das cinco armas contidas no jogo [minas terrestres, morteiros, mísseis teleguiados, Rocket Pods e autocannons] que possuem uma munição limitada, além do que cada carro possui sua arma exclusiva, resultando em um arsenal considerável. Cada uma das cinco armas possue três tiros especiais, como por exemplo: Pode-se fazer minas terrestres que seguram o inimigo por algum tempo, como também podem-se atirar bombas com o autocannon que mandam o inimigo para longe e fazem uma cratera no cenário. Esses tiros especiais são executados através de uma série de comandos, mais uma vez fazendo referência aos jogos de luta, e consomem uma quantia maior de munição.


   Os jogadores se enfrentam em uma série de fases que são localizadas no oeste dos Estados Unidos, passando por refinarias de petróleo, o famoso Sítio 4 e até mesmo pela polêmica Area 51. As fases possuem um tamanho considerável, existem itens escondidos e também vários métodos de interação, como portais e botões que ativam os mais diversos mecanismos.
   Os gráficos são medianos, os cenários são simples e sem muitos detalhes, decisão tomada provavelmente para evitar os slowmotions, já que vários veículos aparecem simultaneamente na tela. Os veículos são bem desenhados e diversificados também, passando por carros, caminhões, motos, OVNIS, jeeps, ônibus escolares, entre outros. Todas as armas equipadas apareciam no veículo, recurso que pode parecer simples hoje em dia mas que em 1998 era o máximo! Mesmo a qualidade gráfica hoje em dia sendo considerada ultrapassada, na época não se ouvia reclamações devido a isso e em momento algum foi impedimento para diversão.


   A trilha sonora conta com pesados rifs de guitarra e uma bateria acelerada durante o gameplay, emergindo o jogador na loucura do jogo, contudo nos menus as músicas remetiam mais ao velho oeste, fazendo jus ao lugar onde o jogo é ambientalizado. Cada carro possui seu ronco próprio e tanto o som das acelerações e freadas, como o das explosões era passado de uma forma convincente.
   Uma coisa que pouca gente sabe é que, depois que o jogo foi anunciado para o Nintendo 64, um polêmico comercial iria ao ar para promover o lançamento. Nesse comercial aparecia um ônibus levando crianças até uma escola e logo depois que as crianças desembarcavam a câmera cortava para rápidas cenas do jogo. Depois a câmera voltava ao ônibus, dessa vez todo destruído, puxado por um guincho e sem motorista, retornando à escola para buscar as crianças. Devido ao acontecimento do Massacre de Columbine o comercial não foi ao ar, com alegação de que continha alusão à violência escolar.


Infelizmente hoje em dia o combate veicular é um nicho pouco explorado pelas grandes desenvolvedoras. Aos saudosistas que sentiram curiosidade de experimentar essas latíficina [carnificina + lata] nós da Taverna GameMania mais do que apoiamos! Vigilante 8 é mais uma entre as várias provas de que um jogo não precisa de gráficos incríveis e trilha sonora premiada para ser divertido e segurar o jogador. Entre você também nessa guerra do petróleo, escolha seu lado e saia destruíndo tudo que se move!





RESUMO

Prós:
-Boa diversidade de veículos, fases e armas
-História bem desenvolvida
-Jogabilidade simples e eficaz
-Divertido modo multiplayer

Contras:
-Qualidade gráfica mediana
-Inteligência artificial dos inimigos fraca

GAMEPLAY PLAYSTATION

GAMEPLAY NINTENDO 64





3 comentários :

  1. Putz, era muito bom. Passei horas e horas jogando. Parabéns pelo post. Depois veja www.compactado.com

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  2. Nossa era muito legal mesmo, hoje em dia as corridas são só uma disputa de quem chega primeiro não tem a mesma diversão da guerra que era o Vigilante 8...

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  3. Um dos MELHORES jogos da palystaion, esse jogo e TOP eu jogo ele ate hoje :)

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