segunda-feira, 21 de julho de 2014

Far Cry 3 - Análise


Fabricante: Ubisoft Montreal
Distribuidora: Ubisoft
Gênero: FPS / Open World
Interação Online: Leaderboard / Multiplayer Cooperativo e Competitivo

Lançamento:
EUA: 04/12/2012 
Europa: 30/11/2012
Plataformas: Playstation 3, Xbox 360 e PC
Troféus/Conquistas: Sim


TRAILER OFICIAL
Journey into the heart of insanity!

   Pense em você como um playboyzinho californiano, que vem de uma família nobre, nunca teve responsabilidades e sempre conseguiu tudo o que queria sem dificuldades. Um belo dia, você, seus irmãos, namorada e amigos resolvem passar as férias em meio a um arquipélago situado entre os oceanos Pacífico e Índico. Tudo vai muito bem, rapel, trilhas, passeios de jet-ski, até que alguém tem a brilhante ideia de saltar de paraquedas e aterrissar em uma ilha até então desconhecida. É aí que seu pior pesadelo tem início!
   Far Cry 3 se passa na temida, porém paradisíaca Rook Island, um pequeno conjunto de ilhas dominadas por piratas, traficantes e contrabandistas, onde o cultivo de drogas e a comercialização de escravos são os principais negócios. O jogador entra na pele de Jason Brody, um adolescente mimado e despreocupado que acaba em uma grande enrascada, ficando com uma enorme responsabilidade sobre suas costas.
   Jason, juntamente com todos que embarcaram nessa viagem extremamente errada, acabam nas mãos de Vaas, um sádico psicopata claramente desequilibrado e um dos vilões mais marcantes da história dos games, que sequestra os jovens com a intenção de pedir um resgate para seus pais, e posteriormente vende-los como escravos no mercado negro. A cena inicial mostra Vaas assistindo o vídeo da galerinha se divertindo e depois humilhando e ameaçando Jason e Grant, seu irmão mais velho, que se encontram presos em uma jaula. Com o auxilio do treinamento militar de Grant, os irmãos conseguem arquitetar uma fuga de tirar o fôlego, porém nem tudo sai como planejado, Jason consegue fugir para a selva, já Grant não tem a mesma sorte e acaba sendo baleado por Vaas, morrendo em seguida.



   Quando volta a si, Jason está sob os cuidados dos Rakyat, uma tribo que habita a ilha e luta contra a opressão dos piratas. Logo de cara o garoto conhece Dennis, um simpático integrante dos Rakyat, que com seu senso de humor e seu sotaque típico, serve como uma espécie de guia, não só sobre a ilha em si, como também sobre as tradições dos Rakyat e os perigos oferecidos por Vaas e os demais piratas.
   Durante sua jornada, além de Dennis,  Jason conhece diversos personagens que estão dispostos a ajuda-lo, entre eles está Alec, um médico [aparentemente apaixonado por psicotrópicos] que sofreu uma tragédia pessoal e acabou parando em Rook Island com o propósito de desenvolver medicamentos com a específica e rara fauna local, temos também Citra, uma espécie de rainha do povo Rakyat, que ajuda Jason a encontrar “o caminho” para salvar seus amigos e vingar a morte de seu irmão, entre outros personagens carismáticos e cheios de personalidade.
   Mas com certeza o personagem que mais chama atenção em Far Cry 3 é Vaas. Não se sabe muito sobre o passado de Vaas, mas com certeza deve ter sido muito traumático. Com seu típico moicano, Vaas é um sociopata que não sente qualquer tipo de empatia com as outras pessoas, para ele matar é apenas um passatempo para preencher algum vazio em sua vida. O psicopata tem um temperamento explosivo e as cenas em que ele aparece são de arrepiar, é o tipo de vilão que você ama ao mesmo tempo em que odeia. Entretanto, ao contrário do que parece, Vaas não é o principal antagonista do jogo, ele é apenas um boneco de Hoyt, que por sua vez é a mente maligna por trás de todo que acontece em Rook Island. Se você conseguiu odiar Vaas, será muito fácil abominar Hoyt Volker, que totalmente o contrário de um sádico sociopata bipolar, é um líder frio e calculista, que aproveita da condição instável de Vaas para poder controla-lo como uma marionete.



   Com o desenrolar da trama, podemos notar claramente como a personalidade de Jason é influenciada pela ilha, no começo ele é apenas um garoto assustado, sem saber o que fazer ou em quem acreditar, cada pirata morto é um fantasma para sua consciência e cada puxada no gatilho pesa muito. Porém com o tempo, Jason começa a pegar gosto pelo que está fazendo, se torna cada vez mais corajoso e decidido a salvar seus amigos e vingar a morte de seu irmão. A mudança de Jason é tanta, que seus próprios amigos passam repudiar seu comportamento, ainda mais em certo ponto da trama, quando o garoto tem um surto de cinco minutos e decide que não vai mais embora, que o lugar dele é aquela ilha [aparentemente mais alguém gostou dos psicotrópicos de lá]. Toda essa evolução de Jason é notável e faz com que o jogador crie um vínculo com o personagem como acontece em poucos jogos hoje em dia.
   Com o cumprimento das missões e execução das tarefas, o jogador vai acumulando pontos de experiência, que por sua vez podem ser distribuídos em três árvores de habilidades, podendo desbloquear várias skills, como andar sem fazer barulho, correr mais rápido, travar a mira por mais tempo, aumentar a energia vital, entre outros, que são fundamentais para prosseguir no jogo. A cada habilidade desbloqueada, parte de uma tatuagem tribal aparece no braço esquerdo de Jason, essa tatuagem é uma espécie de ritual dos Rakyat, e ao completa-la o garoto se tornará um verdadeiro guerreiro Rakyat.



   Não é errado dizer que um dos grandes acertos de Far Cry 3 foi o cenário. Rook Island é maravilhosa, [tirando a parte dos piratas, das drogas e do tráfico humano, claro] é cheia de lindas praias, montanhas íngremes, densas selvas, e misteriosas cavernas. A ilha possui não só uma vasta fauna, com diversas ervas raras e peculiares, como também uma vasta flora, onde podemos encontrar diversos tipos de animais, desde os inofensivos como porcos, veados, bodes, como também animais carnívoros que não vão pensar duas vezes antes de te atacar, como tigres, ursos, dragões de komodo e tubarões. E tanto a fauna como a flora são elementos muito importantes para a evolução do jogador, através das ervas coletadas no caminho é possível criar seringas com medicamentos, que variam entre os mais diversos efeitos, como curar a energia, detectar animais, repelir fogo, aumentar o fôlego debaixo d’água, entre outros. Já com a pele dos animais é possível fazer melhorias nos equipamentos, como coldres extras para carregar mais armas, mochila maior para carregar mais itens, carteira maior para carregar mais dinheiro, entre diversos outros. Essas duas condições forçam o jogador a perder boa parte do tempo explorando a ilha e caçando os animais, já que sem essas seringas e sem essas melhorias, terminar o jogo se torna uma tarefa muito difícil.
   O jogador pode se locomover pela ilha a pé, ou também pode optar por algum veículo. As opções de veículos são limitadas, mas atendem a demanda, e vão de carros antigos, jipes e quadriciclos, a jet-skis, barcos e asas-deltas, entre outros. Em determinado ponto da história Jason também terá acesso ao traje wingsuit, desenvolvido para planar quando o jogador estiver em queda, que em conjunto com o paraquedas, pode proporcionar emocionantes saltos de penhascos.



   No começo do jogo o jogador não tem acesso nenhum ao mapa, sendo que para desbloqueá-lo é preciso fazer uma tarefa que lembra muito Assassin’s Creed, onde é preciso localizar as torres de rádio espalhadas pela ilha, subir até o topo delas, escalando, usando cordas e passando por vigas de ferro e ativar um mecanismo em um painel elétrico. Por mais fácil que pareça, com o passar do tempo, as subidas se tornam muito complexas, fazendo com o que jogador quebre a cabeça para descobrir como alcançar o próximo andar, muitas vezes despencando lá de cima. Ao todo são dezoito torres de rádios espalhadas pela ilha, e além de desbloquearem partes do mapa, também servem para trazer melhores armas aos comerciantes e conseguir descontos por elas.
   Um item que certamente é de grande ajuda durante todo o jogo é a câmera fotográfica. Apesar de bater fotos apenas simbólicas [já que não são salvas e nem podem ser visualizadas, servem apenas para algumas missões], a câmera tem um recurso muito útil: através do zoom é possível identificar de longe piratas e animais, e uma vez focados pela câmera, ficam marcados no cenário, sendo possível acompanhar cada movimento e facilitando muito na hora do atacar ou se esconder.



   Assim como a maioria dos jogos de mundo aberto, em Far Cry 3 você possui as missões principais, que vão esclarecendo o enredo conforme o jogador vai passando por elas, e além disso também existe uma série de missões secundárias para serem realizadas. As missões secundárias variam e vão muito além de entregar recados de um NPC para outro, indo desde ajudar uma mulher que foi traída a se vingar, passando por vencer uma partida de pôquer e até encontrar cadáveres espalhados pela ilha. Além das missões primárias e secundárias, também existem três tipos de tarefas que devem ser executadas:
  1. Entregar medicamentos de um ponto a outro da ilha com um quadriciclo em uma determinada quantia de tempo;
  2. Invadir um esconderijo pirata e assassinar o líder com uma faca;
  3. Matar um determinado animal com uma arma pré-definida, como por exemplo: matar um dragão de komodo com o arco e flecha, ou matar um urso com uma submetralhadora.
   Mas a atividade mais divertida e dinâmica certamente é dominar os acampamentos piratas. Ao todos são 34 acampamentos. O jogador precisa eliminar todos os piratas que residem o lugar, fazendo com que a atividade pirata diminua nos arredores e que o acampamento se torne um ponto de fast travel e também uma moradia para alguns cidadãos do povo Rakyat. Caso o jogador seja detectado, imediatamente um alarme será soado e os reforços chegarão o quanto antes. A parte interessante é que o jogador pode decidir como vai fazer para se apossar do lugar. É possível entrar pelo portão da frente com uma metralhadora e sair atirando em tudo que se move; é possível distrair os piratas jogando pedras e abatendo um a um silenciosamente; é possível usar da furtividade para desligar os alarmes e só então começar a chacina; é possível ficar de longe com uma sniper silenciosa derrubando um a um; e é possível até mesmo liberar animais selvagens de suas jaulas, deixando o trabalho por conta deles. As possibilidades são muitas e o jogador tem a liberdade de fazer como quiser, mas vale salientar que o jogador ganhará uma experiência extra se conseguir matar todos sem soar o alarme e mais experiência ainda caso mate todos sem ser detectado.



   Agora tratemos do arsenal de Far Cry 3. O jogo tem uma quantia considerável de armas, que servem tanto para jogadores impacientes que gostam de sair atirando desenfreadamente, como escopetas, rifles de assalto, metralhadoras, lança granadas, como também para jogadores que preferem usar e abusar do stealth, como rifles de precisão e arco e flecha. Destaque para o lança chamas, que em contato com a madeira das casas e com a grama, pode provocar grandes incêndios. Todas as armas possuem upgrades que podem ser comprados e equipados, como silenciador [vital para não ser detectado], pente estendido, mira noturna, entre outros, e além disso o jogador também pode mudar a pintura da arma, algo que não influencia nos atributos, mas que deixa sua arma muito mais descolada! No arsenal também estão disponíveis granadas, minas e explosivos C4, a primeira extremamente útil, já o segundo e terceiro usados raramente.
   Far Cry 3 também possui diversos colecionáveis: um deles são cartões de memória que armazenam segredos sobre a criação e importação de drogas para a ilha. Temos também uma série de cartas de soldados que participaram da Segunda Guerra, dando a entender que Rook Island teve importante participação durante essa guerra. E temos também dezenas de relíquias escondidas em cavernas e templos ao maior estilo Tomb Raider.
   O foco da campanha single player com certeza se resume em uma palavra: liberdade. O jogador pode fazer o que quiser e quando quiser, pode completar uma missão principal, dar uma pausa para caçar, explorar a ilha atrás de ervas, desbloquear algumas torres de rádio, nadas um pouco, só para espairecer, se empossar de alguns acampamentos e só então dar continuidade nas missões principais. O modo single player pode ser terminado entre 20 e 24 horas, e possui dois finais diferentes, que infelizmente não dependem de suas ações durante o jogo e sim de uma escolha obvia que você terá que fazer no final.



   Se parasse por aqui, Far Cry 3 já seria um jogo excelente, mas ainda tem mais! O jogo também oferece dois modos de jogo multiplayer, um cooperativo e um competitivo. No modo cooperativo, o jogador pode jogar com mais três amigos, online ou dividindo o ecrã, e passar por diversas fases e uma série de missões que acontecerem seis meses antes da campanha principal. Ao contrário do que se pensa, o modo coop não está lá apenas para encher linguiça, e é muito bem elaborado com momentos emocionantes e divertidos, e certamente pode render dezenas de horas de gameplay. O modo competitivo segue a linha da maioria dos jogos FPS, possuindo modos como Team Deathmath e Capture the Flag. Um ponto interessante do multiplayer competitivo é que ao termino da partida, o melhor jogador do time vencedor pode escolher se mata ou se tem misericórdia do melhor jogador do time perdedor, isso não influencia em nada no resultado, mas não deixa de ser um extra curioso.
   Outro ponto que também merece destaque é o modo de edição de cenário, você pode criar seu próprio mapa multiplayer, através de uma série de ferramentas funcionais e de simples entendimento, e convidar seus amigos para jogar no seu mapa. Os mapas com mais avaliações positivas são selecionados pela Ubisoft e adicionados em seus pacotes.



   A qualidade gráfica é um colírio para os olhos de qualquer gamer! Por onde se olha é possível avistar praias, montanhas, as árvores com as folhas se movendo devido ao vento, a luz do sol passando pelas folhas e atingindo o solo, tudo com uma qualidade invejável. As expressões faciais dos personagens possuem articulações que beiram a realidade, podendo transparecer sentimentos como raiva, alegria e frustração. Os animais também receberem a devida atenção, todos com seus andares peculiares e movimentos precisos, e mesmo os piratas, que em sua maioria usam roupas iguais, acabam sendo bem variados. Vale ressaltar que os gráficos da versão para PC possuem uma qualidade levemente superior, devido ao DirectX 11, mas jogamos a versão do Playstation 3 e garantimos que isso não diminui em nada a experiência que o jogo proporciona.
   A trilha sonora também está de parabéns, é comum vermos batidas eletrônicas ao maior estilo Skrillex, emergindo o jogador no clima maluco e suicida do jogo. Destaque para a música que toca na missão em que Jason precisa queimar umas plantações de drogas dos piratas, eleita por vários jogadores a melhor música do jogo e também a melhor missão. Ao fundo podemos ouvir cachoeiras, pássaros, riachos, insetos, piratas conversando, raramente o jogador tem a impressão de estar sozinho. As dublagens são excelentes, além do sotaque levemente britânico de Dennis, em certa parte também interagimos com um soldado que tem um interessante sotaque alemão, tudo passado com excelência pelos dubladores. Para felicidade dos BR de plantão, o jogo possui todos os menus e legendas em português do Brasil, e o melhor de tudo, sem censuras em diálogos mais fortes, já que o jogo é recomendado apenas para maiores de 17 anos.



   Poxa vida, mas então o jogo é perfeito? Não deixa de ser, mas também tem suas pequenas falhas. Algumas vezes o jogador fica preso no cenário, tendo que apelar para uma fast travel para poder dar continuidade ao jogo. Outro ponto que também teve reclamações é o fato de que, ao contrário de Borderlands, o jogador poder realizar apenas uma missão de cada vez, só podendo começar uma nova missão quando terminar a antiga. E por fim temos o pequeno problema do save, o jogador possui apenas dois slots para salvar o jogo, um para salvamento manual e um para salvamento automático, sendo assim, se você pretende fazer um save separado para poder voltar daquela determinada parte quando quiser, é melhor tirar o pônei da chuva, já que isso não é possível. 
   Claro que pequenos detalhes como esse não conseguem, nem de longe, ofuscar o brilho de Far Cry 3, que certamente foi um dos melhores títulos da geração PS3/X360. Se você leitor ainda não teve a oportunidade de desfrutar dessa obra prima, não perca mais nenhum minuto! Encarne agora na pele de Jason Brody, salve seus amigos, vingue a morte de seu irmão e de quebra descubra todos os segredos e mistérios que se escondem nesse inferno sobre as águas.





RESUMO
-Prós:

Grande liberdade de mundo aberto
Gráficos incríveis
Trilha sonora de arrepiar
Jogabilidade eficaz
Modos divertidos de multiplayer
Enredo excelente e evolução do personagem
Um dos melhores títulos da geração!

-Contras:

Impossibilidade de fazer um save separado

PC ULTRA GAMEPLAY

COOP MULTIPLAYER



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